sexta-feira, 31 de outubro de 2014

RESENHA: A AUTOESTRADA



O livro “A Autoestrada” foi escrito por Richard Bachman (uma espécie de auterego literário de Stephen King) e conta a história de Barton George Dawes que vê sua vida tomar um rumo completamente diferente ao se ver obrigado a sair de sua casa para que esta pudesse ser demolida, dando passagem, assim, a autoestrada 784.
Barton é um homem absolutamente comum, pelo menos é o que se poderia dizer ao passar por ele na rua. Casado, teve um filho, Charlie que morrera devido a um tumor no cérebro. A perda do filho abalara sua situação psíquica (a qual, aliais, já era um tanto precária). Freddy se tornou uma companhia constante para Barton, o que seria perfeitamente normal, excetuando-se o fato de que Freddy existia apenas na cabeça do abalado homem.
Barton vê, ao mesmo tempo em que a autoestrada avança, seu casamento ir embora, seu emprego, o seu local de trabalho, seus amigos, bem como quaisquer outros vínculos com o mundo real. Neste romance altamente psicológico, o autor trabalha com as noções de “certo” e “errado”, tanto quanto leva o leitor a uma viagem eletrizante por um universo onde adquirir-se armamento de fogo e explosivos não é impossível.
Inúmeras são as tentativas de sabotagem de Barton intencionando inviabilizar a quebra de suas recordações. Digo isto, pois, a resistência às mudanças que o personagem possui, nada mais é do que um apego ao passado que supera o que consideramos lógico e racional. Após a morte do filho, nota-se que os objetos relacionados a ele não foram eliminados. Barton faz o possível para que as negociações da lavanderia onde trabalha (há muitos anos) não se efetivem, afim de que esta não seja retirada do local onde a autoestrada vai passar. Inúmeros traços que revelam a forte ligação com o passado de Barton são possíveis de serem identificados ao longo do livro, tal como no exemplo a seguir:
”Virou cauteloso para a Kennedy Promenade, que para ele sempre seria a Dumont Street, o que fora até que uma sessão especial da Câmara de Vereadores lhe mudara o nome em janeiro de 1964”.
Esta verdadeira obsessão pelo passado faz com que Barton tome as atitudes mais malucas. O romance é psicológico, entretanto, a ação e adrenalina (marcas mais do que consagradas de Stephen King) podem ser encontradas em diversos pontos do livro, tal como no trecho destacado a baixo:
“Abriu a porta traseira do LTD e tirou o balde de Mary. Deu a volta até o lado do passageiro e colocou o balde no chão, embaixo da caixa de bombas incendiárias. Tirou a tampa branca do balde e, cantarolando baixinho, embebeu cada pavio em gasolina. Feito isso, levou o balde até o guindaste e subiu para a cabine, que não estava fechada a chave, tendo todo cuidado para não escorregar. Estava agitado nesse momento, o coração em disparada, a garganta apertada e tensa com uma amarga exultação. Derramou gasolina em cima do assento, sobre os controles, sobre a caixa de marchas. Saiu e deu volta pelo estreito passadiço rebitado que circundava o motor do guindaste e derramou o resto da gasolina dentro do capô. O cheiro de hidrocarboneto encheu o ar. As luvas estavam empapadas, molhando-lhe as mãos e tornando-as dormentes quase imediatamente. Saltou para o chão, tirou as luvas e colocou-as no bolso do sobretudo. A primeira carteira de fósforos escorreu-lhe dos dedos, que sentia tão estranhos como se fossem feitos de madeira. Segurou com força a segunda carteira mas o vento apagou os dois primeiros fósforos que conseguiu acender. Deu as costas para o vento, encurvou-se protetoramente sobre o fósforo e conseguiu que um permanecesse aceso. Com ele tocou o resto e eles silvaram e se transformaram em chamas. Jogou-os dentro da cabine”.
O livro não tem nenhum evento sobrenatural, prova (talvez) de que realmente seja obra de Richard Bachman que, diferentemente de Freddy é um auterego mais do que benéfico para King e seus fãs. Antes de ser um livro que conta os avanços da civilização, é um protesto a este processo que, a cada dia, invade as nossas vidas e memórias. Talvez seja simbólico – embora eu não goste de usar literatura para ensinar lições de moral para ninguém – mas faz com que pensemos acerca dos ônus e bônus acoplados ao desenvolvimento urbano.

domingo, 26 de outubro de 2014

LIVRO DO MÊS - E O LIVRO VENCEDOR É...

O mês de outubro para mim se apresentou como um dos meses mais corridos do ano de 2014. Por conta disso, peço sinceras desculpas aos que me leem e não puderam obter os resultados dos livros mais votados no desafio mensal, conforme o combinado.
 Em meio a correria, o mês do horror ganhou como presente um livro muito respeitado por mim, que será lido até o dia 30/11 e cuja resenha será postada até o dia 05/12. Estendi o prazo por conta de ter consciência do respeito que devo a você leitor.
 Após os pedidos de "misericórdia" - risos - revelo o livro vencedor do mês do horror, colocando também a descrição de sua capa, fornecida pela incrível Rafaela (colaboradora aqui do blog).
 E o livro vencedor é...
 Ops! Primeiro, a descrição da capa:
 O título encontra-se em amarelo no centro da capa, bem como o nome do autor. A capa é totalmente preenchida pelo rosto de um homem com a pele bem lisa e clara, de cabelos castanhos penteados para trás. O homem olha para os leitores com seus olhos claros firmes e frios. A boca curva-se em um leve sorriso, enquanto o olhar denota violência e falta de escrúpulo. O fundo da capa se mistura com a gola de sua jaqueta em tons escuros.
 O nome do livro é: O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde!
 Volto a convidar meus leitores a acompanharem-me nesta leitura por um mundo onde o amor a arte se confunde com o amor a obra.

domingo, 5 de outubro de 2014

Desafios Literários – Mês de Outubro


Após dois meses sem desafiar-me aqui no blog, acabei conseguindo voltar para os meus desafios mensais.

No mês em que nos encontramos, o desafio está relacionado ao dia das bruxas, ou seja, os livros escolhidos para participarem das votações serão, obviamente, com temáticas neste sentido.

Escolhi três clássicos já conhecidos (pelo menos de nome) por todos e, gostaria de pedir a ajuda de vocês que frequentam o meu blog, para eleger o livro a ser lido neste mês. 

Vamos às sinopses?

Livro 01 – Drácula de Bram Stoker:

Drácula



Drácula é uma história de vampiros e lobisomens; de criaturas que estando mortas permanecem vivas. É também uma história de pessoas corajosas que se lançam à destruição de uma insólita e maléfica ameaça. Como quer que seja, permanece intacta nestas páginas a mesma emoção de milhões de leitores e espectadores que penetraram na história que se inicia num castelo desolado nas sombrias florestas da Transilvânia. Lá, um jovem inglês é mantido em cativeiro, à espera de um destino terrível. Longe dele, sua noiva bela e jovem é atacada por uma doença misteriosa que parece extrair o sangue de suas veias. Por trás de tudo, a força sinistra que ameaça suas vidas: Conde Drácula, o vampiro vindo do fundo dos séculos. 

Livro 02 – Entrevista com o Vampiro de Anne Rice:



Entrevista Com o Vampiro 

Este romance começa com um jovem repórter entrevistando Louis de Pointe du Lac, nascido em 1766 e transformado em vampiro por Lestat. Luis conta sua história aos ouvidos atentos do repórter, revelando segredos do mundo dos vampiros.

Livro 03 - O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde

O Retrato de Dorian Gray



Versão de Oscar Wilde para o mito faustiano da perda da alma em troca dos prazeres mundanos, "O retrato de Dorian Gray" é um relato de decadência moral e punição, exemplo do humor cáustico e refinado de seu autor.

Dorian Gray é um belo e ingênuo rapaz retratado pelo artista Basil Hallward em uma pintura. Mais do que um mero modelo, Dorian Gray torna-se inspiração a Basil em diversas outras obras. Devido ao fato de todo seu íntimo estar exposto em sua obra prima, Basil não divulga a pintura e decide presentear Dorian Gray com o quadro. Com a convivência junto a Lorde Henry Wotton, um cínico e hedonista aristocrata muito amigo de Basil, Dorian Gray é seduzido ao mundo da beleza e dos prazeres imediatos e irresponsáveis, espírito que foi intensificado após, finalmente, conferir seu retrato pronto e apaixonar-se por si mesmo. A partir de então, o aprendiz Dorian Gray supera seu mestre e cada vez mais se entrega à superficialidade e ao egoísmo. O belo rapaz, ao contrário da natureza humana, misteriosamente preserva seus sinais físicos de juventude enquanto os demais envelhecem e sofrem com as marcas da idade.
As votações estarão abertas até o dia 12/10 – domingo (quando o resultado será divulgado). As escolhas poderão ser manifestadas aqui pelo blog, pelo meu e-mail talitafernanda16@yahoo.com.br, pelo Twitter @talitabolduan além do facebook (Talita Fernanda Bolduan). Aguardo o contato de todos os interessados.